Representatividade na área da saúde: Consciência Negra importa!
- renobufv
- 19 de nov. de 2022
- 3 min de leitura
Um texto publicado pelo Portal Hospitais Brasil chamou a atenção. Um trecho importante e cheio de holofotes gritava em alto e bom som: “a representatividade da saúde ainda é baixa para o peso que ela possui”.
A saúde perpassa por todas as áreas da vida de um ser humano e impacta sociedades e tribos de todo o planeta. Logo, podemos imaginar o grau de relevância e impacto que têm em nossas vidas.
Não é por menos que é vista, debatida, anunciada e alargada, afinal, ela é urgente. Mas, em uma área de profissionais graduados e jalecos brancos, onde é que mora a representatividade?

Dia da Consciência Negra e sua relação com a área da saúde
Dia 20 de novembro é uma data historicamente importante e anualmente marcada. É um momento de olhar para a história e suas consequências com um olhar atento, cuidadoso e empático para a população negra. Quais rastros foram deixados e quais impactos têm nos dias de hoje?
A data foi escolhida porque marca a morte de um dos líderes mais emblemáticos e inesquecíveis da luta dos negros pela representatividade, inclusão e respeito: Zumbi dos Palmares. Zumbi perdeu a vida lutando contra a forte repressão e desmoralização causada pela escravidão.
E agora você deve estar tentando relacionar essas informações com a área da saúde, certo? A grande questão é: o baixo número de profissionais negros são consequências de longos tempos de escravidão, repressão e, consequentemente, baixa inclusão.
Profissionais da saúde: onde estão as pessoas negras?
Segundo Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apenas 27,3% dos profissionais de saúde são negros. Além disso, se pensarmos nos médicos brasileiros, são apenas 17,6% do total.
Em um país como o Brasil, em que mais da metade da população é declarada negra ou parda, onde está a população negra em locais que consideramos de prestígio social, como as universidades e a área da saúde?
Segundo informações do Portal AfroSaúde, podemos apontar algumas razões bem específicas para este quadro:
O primeiro ponto certamente gira em torno dos vestígios tristes de mais de 300 anos de escravidão, que desencadeou em um atraso social, político e econômico gigantesco - que culmina diretamente nos espaços de poder, cultura e estudos;
Este ponto nos leva a outros dois:
Resistência da população em reconhecer um profissional da saúde negro;
Falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) pensadas para cabelos afro.
Percebe como o desafio começa já por uma estrutura social enraizada (mas em transformação) e perpassa até pelos itens de proteção necessários durante o trabalho?
Mas, o quadro vem mudando: conheça profissionais da saúde negros que se destacaram nos últimos tempos
Pedro, José, Felipe, Whindersson, Jonathan, Robson, Mateus, Cleonardo, Maxwell, Vitor, Pablo, Gerson…
Poderíamos citar outros inúmeros nomes: daqueles que já estão no mercado, daqueles que estão estudando algum curso da área da saúde ou daqueles que sonham em estar lá. A expectativa é de que a estatística de 27,3%, que comentamos no início deste artigo, cresça, flua e transforme.
Maria José Barroso teve um papel significativo como enfermeira da Legião Negra na mesma época em que a Enfermagem ganhava destaque no país.
Jaqueline Goes é um biomédico que mapeou os primeiros genomas do coronavírus no Brasil, e engajado no empoderamento e representatividade negra.
Arthur Lima,responsável pela comunidade AfroSaúde, canal onde se encontra profissionais negros em todo o Brasil e das mais diversas especialidades. Ele também está entre as 100 pessoas mais influentes de descendência africana.
Por fim, uma reflexão:
"Enquanto não soubermos que espaços diversos nos engrandecem, jamais saberemos ou entenderemos sobre o verdadeiro valor da consciência. Por mais inclusão, representatividade e diversidade, e por uma saúde de qualidade e pública que não só aumente expectativas de vida, como também de sonhos!"
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