Em tempos de alta exposição online e efeitos de imagem que distorcem características físicas para “embelezar” fotos e vídeos, a insatisfação com a própria imagem e muitas vezes o peso são questões corriqueiras para a maioria das pessoas. A pressão estética e a exaltação de corpos magros em redes sociais - que muitas vezes não são possíveis de serem alcançadas de forma saudável e natural - crescem junto com uma vasta oferta de dietas que prometem perda de peso rápida.
As “dietas da moda” são assim chamadas porque se tratam de tendências alimentares populares que prometem resultados rápidos e atraentes. Porém, ao serem analisadas mais de perto, essas tendências pouco têm a ver com as prescrições alimentares feitas por profissionais da nutrição para promover saúde, e carecem de fundamento científico.
Dietas que restringem parcialmente ou totalmente alguns nutrientes como gorduras e carboidratos, que se baseiam em tipos sanguíneos como uma espécie de signo, dietas com restrições energéticas extremas como a “dieta da sopa”, e a “dieta da lua”, são alguns exemplos do que pode ser encontrado facilmente em publicações online e em revistas não científicas.
Alguns dos autores dessas recomendações inicialmente indicavam essas práticas alimentares para a prevenção de doenças cardíacas e cardiovasculares, porém, com o advento do culto a magreza e o aumento da obesidade em americanos nos anos 2000, a estratégia mudou, e o foco das recomendações passou a ser a perda de peso e a “beleza”.
Entretanto, o caminho para o emagrecimento saudável passa por uma alimentação equilibrada, com proporções adequadas de nutrientes, aliada ao exercício físico de forma harmônica e individual, se adequando à realidade do indivíduo. O consumo de “dietas da moda” pode trazer consequências negativas ao organismo e levar ao adoecimento, além de apresentarem baixos índices de sucesso principalmente a longo prazo.
A democratização do conhecimento, e uma estratégia eficaz de divulgação de estudos por parte de profissionais da saúde, são grandes aliados no combate a desinformação e a propagação de promessas grandiosas e vazias. É importante que as pessoas leigas sejam alcançadas e orientadas dos riscos que acompanham as tendências que têm como alvo suas inseguranças e que podem trazer maleficios a sua saúde.
Ana Luiza Campos 09 de novembro de 2023
Referencias utilizadas nesse texto:
BETONI, Fernanda; ZANARDO, Vivian Polachini Skzypek; CENI, Giovana Cristina. Avaliação de utilização de dietas da moda por pacientes de um ambulatório de especialidades em nutrição e suas implicações no metabolismo. ConScientiae Saúde, [S. l.], v. 9, n. 3, p. 430–440, 2010. DOI: 10.5585/conssaude.v9i3.2322. Disponível em: https://periodicos.uninove.br/saude/article/view/2322. Acesso em: 9 nov. 2023.
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