Você sabia que os guias alimentares são documentos que orientam melhorias na alimentação e auxiliam na promoção da saúde?
Se você não conhece o documento na íntegra, provavelmente já ouviu falar dos seus preceitos. Publicado pelo Ministério da Saúde em 2014, o Guia Alimentar para a População Brasileira foi elaborado para apoiar e incentivar a promoção da saúde e de práticas alimentares saudáveis e sustentáveis. Ele não se baseia em prescrições dietéticas quantificadas, e sim em escolhas alimentares saudáveis, pensando em refeições nutricionalmente balanceadas, saborosas, culturalmente apropriadas e sustentáveis.
Desta forma, o guia pode ser uma excelente ferramenta para auxiliar os profissionais nas políticas, programas e ações, melhorando os desfechos em saúde de toda a população.
Guia Alimentar como política de saúde pública!
O Guia Alimentar para a População Brasileira é uma das estratégias de implementação da diretriz de promoção da alimentação adequada e saudável (PAAS), da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) e a Política Nacional de Promoção da Saúde do Sistema Único de Saúde. Ou seja, o guia não é apenas um documento de orientação e sim uma ação essencial na melhoria do estado nutricional e de controle de doenças associadas à alimentação.
O Guia dirige a implementação de políticas públicas em diferentes setores de governo, envolvendo toda a cadeia da produção e distribuição de alimentos. Pode-se, por exemplo, elaborar leis que regulamentam o marketing de alimentos industrializados (ultraprocessados), criar espaços públicos para vendas de alimentos in natura (sacolões e feiras, por exemplo), elaborar cardápios escolares baseados na cultura alimentar local e ações de educação alimentar e nutricional para grupos ou indivíduos da população. Sim! Podemos utilizar o guia em todas as esferas de governo e níveis de atenção à saúde.
Mas como podemos utilizar Guia Alimentar para a População Brasileira na prática da atenção básica?
Na atenção básica pode-se pensar em ações educativas, individuais ou em grupos, que estimulem a mudança de hábitos e escolhas alimentares mais saudáveis. Para isso, o primeiro passo é conhecer a cultura dos indivíduos ou da população que será atendida. Saber os hábitos alimentares, pratos típicos da região, os tipos de comércios de alimentos disponíveis e os aspectos econômicos e sociais podem auxiliar na elaboração de ações efetivas. O planejamento das ações deve ser realizado de forma continua, permanente e transdisciplinar, promovendo a autonomia dos indivíduos nas suas escolhas alimentares.
E, apesar do guia destacar a alimentação saudável, vale ressaltar que as orientações poderão ser adaptadas para os indivíduos que necessitam de controle de doenças associadas à alimentação, como obesidade, Diabetes Mellitus, hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, entre outras. Afinal, a redução do consumo de ultraprocessados, sal, açúcar e gordura, bem como o estimulo do consumo de alimentos in natura e minimamente processados é benéfico para todos, desde que ajustados para alcançar as necessidades individuais. Neste momento, o nutricionista pode auxiliar na adequação das orientações, fortalecendo o papel de educador deste profissional.
Mas, indiferente da sua formação, o guia pode te auxiliar na prática profissional. O Guia Alimentar para a População Brasileira foi elaborado para todos os brasileiros, sejam eles profissionais de saúde, agentes comunitários, educadores, entre outros. Utilize e se orgulhe do nosso guia! Ele é uma referência internacional de política de alimentação saudável e sustentável.
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