- Alexa, qual é a temperatura do dia para a cidade de Viçosa?
- “Olá, a máxima para hoje é de 21 graus com mínima de 11 durante a noite. Posso te ajudar com algo a mais? [falado em voz robotizada]
- Fale a minha agenda do dia, por favor.
- “Claro. Você têm reuniões pela manhã com a equipe de trabalho, deve levar sua filha para a escola na hora do almoço, atendimentos no consultório na parte da tarde e turno da noite no Hospital. Chegada em casa prevista para às 22 horas” [falado em voz robotizada].
A verdade é que estamos experimentando um dos momentos mais tecnológicos e globalizados que já tivemos a chance de viver. Não há mais espaços longos entre os continentes, estamos à um clique de qualquer informação e temos a inteligência artificial (como a Alexa) sendo a nossa mais nova amiga.
Por outro lado, há uma disputa de atenção e de informação enorme. Com o tempo que nos resta, entre um compromisso e outro, o que escolhemos para fazer, ouvir e ler diz muito sobre o processo de desenvolvimento e personalidade de cada um.
Neste cenário, aí vem perguntas importantíssimas: por que alguém pararia para te ouvir? O que as máquinas não são capazes de fazer? Por que alguém prenderia a atenção no que você tem a compartilhar?
Estas são perguntas norteadoras deste novo cenário no que tange a arte encantadora de se comunicar. Todo profissional precisa saber se comunicar, caso queira ter sucesso em seus relacionamentos, atendimentos e tratamentos propostos (focando a atenção nos gestores e profissionais da saúde).
Comunicar-se de forma efetiva não é mágica nem dom: é técnica e intencionalidade
Quando uma comunicação bem direcionada e assertiva é priorizada e levada à sério, os resultados também mostram suas métricas positivas. A comunicação falada e pensada para que determinado público entenda, e para que o direcionamento humanizado seja prioridade, é uma das maiores bandeiras levantadas pelo projeto RENOB-MG: as pessoas se engajam quando a comunicação é PARA ELAS – ou seja, com uma linguagem clara, coerente, direcionada e que gera pontos de identificação.
Nada como falar com alguém que nos faz sentir que ele realmente entende o que passamos e que conversa de “igual para igual”.
Por onde começar?
Para você, que é profissional da saúde e pesquisador, e que percebe cada vez mais a urgência de saber se comunicar com a sociedade e com o público-alvo com quem trabalha/trabalhará, comece pensando em seu processo comunicativo refletindo sobre os seguintes pontos:
Qual é o objetivo desta comunicação e pra quem estou falando? O que quero que eles façam? Por que eles devem fazer isso?
Além disso, leve em consideração 3 pontos importantes:
Sua comunicação verbal (tipo de linguagem, palavras utilizadas, adaptação à realidade do público com quem está se comunicando);
Sua comunicação não verbal (postura, comportamentos, tom de voz, etc);
A compreensão de que todo processo comunicativo deve ser uma via de mão dupla. Agora eu sou emissor, mas daqui a alguns segundos posso ser receptor. A comunicação só é assertiva quando paramos para OUVIR o que o outro também tem a dizer.
A imagem acima retrata o espírito do tempo latente e vigente: vivemos o momento em que o especialista desce do palco e que fala com o seu público-alvo de acordo com a realidade e linguagem necessária.
Exemplo
Vamos imaginar um pesquisador e profissional da saúde que precisa se conectar com os usuários de uma unidade de saúde. A comunicação não será efetiva, participativa e colaborativa se for utilizado uma linguagem acadêmica e técnica. É preciso pensar em nosso ponto de partida: qual é o objetivo desta comunicação e pra quem estou falando?
Para ser um profissional cada vez mais assertivo em sua comunicação (que, inclusive, impacta no engajamento dos usuários aos tratamentos propostos e atendimento dado), é preciso entender de GENTE. Olhar, ouvir e entender pessoas. Reconhecer suas necessidades reais e como pode ajudá-las neste processo de difusão de informações.
Antes de se comunicar:
Pense no público que quer atingir;
Pense no que quer transformar/mudar na vida dele;
Por último, como pode unir o que sabe com a realidade em que ele vive.
A verdade é que todo mundo precisa saber se comunicar. Afinal, quando você não se comunica, as pessoas deixam de saber quem é. Quando as pessoas deixam de saber quem você é, dificilmente pararão para te ouvir ou te perceber.
Texto por: Gabriela Silveira
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